terça-feira, 11 de novembro de 2008


"A Internet nos deixa estúpidos"


Quem afirma é o americano Mark Bauerlein*, professor de inglês, 49 anos e morador de Atlanta. De feição e vida aparentemente calma, Bauerlein vem causando um verdadeiro "frisson" com seu livro "The Dumbest Generation". Segundo ele, os jovens passam tanto tempo trancados em seus quartos e em mundos particulares, que acabam por perder o interesse por assuntos importantes como história e política. Parece exagero? Mas não é. E o pior: o problema não é só dos EUA. Basta uma procura simples no Google sobre jovens brasileiros e a internet para obter uma lista enorme de resultados do tipo: "Jovens do Brasil são os que mais têm amigos virtuais, diz pesquisa", "Web: 53% dos jovens brasileiros vêem conteúdo impróprio", "Jovens brasileiro navegam de forma insegura na internet"... E por aí vai.
Assim como Bauerlein, não sou contra o uso da internet, mas não há como reconhecer algo saudável no hábito de milhões de meninos e meninas no mundo todo que passam o dia trancados em seus quartos, isolados em um mundo que só entra quem estiver habilitado com msn, orkut, flog... Um mundo de individualismo, de pouco convívio real com os amigos e raríssimo momentos com a família. São jovens e crianças que estão crescendo e solidificando suas opiniões e sua formação intelectual no que lêem na internet. E o que lêem na rede? Textos curtíssimos, escritos de forma abreviada ou em uma linguagem própria, recheados de erros de português e superficialidade. Por isso se sentem extremamente desinteressados em ler uma obra de Machado de Assis, por exemplo. Ou uma simples revista, ou um jornal. Estas crianças e jovens passam a ter duas vidas: a real, que muitos tentam esconder, e a imaginária, aquela em sites de relacionamento, onde podem ser quem quiserem, inclusive mais velhos. Esse é um fator importante a ser analisado, pois acarreta na perda de identidade e pode chegar a situações de extrema confusão psicológica. A internet tornou-se popular no final do século XX e provocou mudanças na sociedade, “vamos” ao banco com poucos cliques, fazemos compras, ficamos sabendo das últimas notícias do mundo todo no momento em que acontecem... Por esses e outros motivos é impossível negar sua importância e seu poder de facilitar a nossa vida. E é isso que precisa ser levado em consideração quando discutimos suas implicações sociais para não querer mudar tudo com muito radicalismo.É completamente possível usar a internet para ler e-mails, notícias, fazer pesquisas e conversar com amigos de forma saudável. Não é impedindo nossos jovens de usá-la que chegaremos a uma solução, não podemos fechar os olhos e ignorar sua existência. Não é preciso “parar no tempo” para fazer os jovens pararem alguns momentos por dia de serem tão dependentes da internet.
Afinal, o problema não está na tecnologia, mas na forma como as pessoas a usam. Com base nisso Bauerlein propõe momentos de “desconectar-se” um pouco para realizar programas com a família, para ler algo que não esteja na tela do computador ou simplesmente para relaxar.
Claro que a resposta seria a resistência dos jovens internautas, acostumados com a vida on-line. Mas com a ajuda de educadores e pais é possível mostrar que a internet não é o mais importante da vida e que estes meninas e meninas não são o umbigo do mundo.

*Super Interessante, Setembro/08


Gabi.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008


A mudança pelo voto não obrigatório

Sei que já faz mais de mês que nós, brasileiros, enfrentamos as eleições municipais. Mas acabamos de viver, sim VI-VER, a eleição presidencial dos Estados Unidos da América.
Digo viver porque pudemos acompanhar todo o processo, com direito a jornais apresentados direto de lá, fato que se explica pelo poder mundial dessa nação.
Algo sempre me chamou muito a atenção nas eleições americanas: os cidadãos não são obrigados a votar. Algo que me chamou mais ainda a atenção: esses cidadãos mesmo não tendo esse dever, enfrentaram filas e elegeram o primeiro presidente negro da história dos EUA.
Interessante demais, talvez um exemplo de que a vontade de mudança era mesmo grande, assim como a desaprovação do "modelo Bush de administração", defendido pela vice de McCain, Sarah Palin. Ela que chegou a se auto definir como "Bush de saia".
Essa mudança pode nos levar a reflexão sobre os efeitos da não obrigação do voto, aqui no Brasil. O número de votantes com certeza diminuiria, nos Estados Unidos só votam 30% a 40% dos eleitores. Mas o cientista político Rogério Schmitt, em um artigo de Maria Fernanda Vomero, acredita que no Brasil o número não diminuiria tão rapidamente. Avalia que as abstenções ficariam por conta de quem normalmente não vota e dos que votariam em branco ou nulo, isso devido ao hábito.
Se votar não fosse obrigatório, a eleição não seria feita de indivíduos, mas os partidos ganhariam destaque, como vemos lá: Democratas e Republicanos. Ouvimos mais o nome dos partidos do que dos próprios candidatos. A principal mudança trazida por isso é o espaço cada vez menor que sobraria para candidatos que surgem do nada, carregados por uma legenda de aluguel. A qualidade das propostas melhorariam, juntamente com os critérios de escolha dos candidatos.
Com uma eleição assim seria bem mais difícil convencer um eleitor a votar, já que ele poderia escolher viajar, ir à praia ou simplesmente aproveitar o dia para ficar sem fazer nada...


Gabi.

domingo, 2 de novembro de 2008


Começo...


Com a ansiedade e a inexperiência de qualquer começo, declaro aberto mais este blog.
Sim, porque já é o terceiro que eu crio, mas neste pelo menos estou tomando vergonha e escrevendo este primeiro post.
Uma vez eu li um artigo que dizia que os jornalistas têm medo de blog. Discordo. Não encontro um motivo para medo. Sempre admirei e li muitos blogs e não acredito haver uma outra forma mais simples de praticar a escrita e divulgar o que se escreve. Aliás, o blog se transformou em uma forma do jornalista receber a resposta imediata do leitor, algo que pouco acontece em jornais impressos, e pode colaborar muito em sua formação profissional.

Além do mais, o blog é um espaço livre para opinar, algo com que o jornalista sonha tanto e que infelizmente pouco pratica, por estar sempre mergulhado nos textos factuais diários. Sem contar o fato de que em um jornal diário, ou se é colunista ou editor pra escrever um texto opinativo.
Mas voltando ao meu caso, talvez eu ainda demore pra me sentir realmente segura com o que eu escrever aqui, o que não tem nada a ver com o fato de eu estudar jornalismo. Mas até esse dia chegar vou ensaiando.
Quero dar minha opinião, minha impressão sobre assuntos que me interessem e coisas interessantes ou bizarras que eu ver por aí. Ah! Sempre considerei uma heresia o modo como tantos brasileiros andam usando nossa língua em blogs, sites de relacionamento ou onde for, por isso prometo transformar este blog em um espaço para defendê-la com unhas e dentes.


Quem ler, que diga o que achou no espaço especialmente dedicado.




Atenciosamente,


Gabi.