quinta-feira, 6 de novembro de 2008


A mudança pelo voto não obrigatório

Sei que já faz mais de mês que nós, brasileiros, enfrentamos as eleições municipais. Mas acabamos de viver, sim VI-VER, a eleição presidencial dos Estados Unidos da América.
Digo viver porque pudemos acompanhar todo o processo, com direito a jornais apresentados direto de lá, fato que se explica pelo poder mundial dessa nação.
Algo sempre me chamou muito a atenção nas eleições americanas: os cidadãos não são obrigados a votar. Algo que me chamou mais ainda a atenção: esses cidadãos mesmo não tendo esse dever, enfrentaram filas e elegeram o primeiro presidente negro da história dos EUA.
Interessante demais, talvez um exemplo de que a vontade de mudança era mesmo grande, assim como a desaprovação do "modelo Bush de administração", defendido pela vice de McCain, Sarah Palin. Ela que chegou a se auto definir como "Bush de saia".
Essa mudança pode nos levar a reflexão sobre os efeitos da não obrigação do voto, aqui no Brasil. O número de votantes com certeza diminuiria, nos Estados Unidos só votam 30% a 40% dos eleitores. Mas o cientista político Rogério Schmitt, em um artigo de Maria Fernanda Vomero, acredita que no Brasil o número não diminuiria tão rapidamente. Avalia que as abstenções ficariam por conta de quem normalmente não vota e dos que votariam em branco ou nulo, isso devido ao hábito.
Se votar não fosse obrigatório, a eleição não seria feita de indivíduos, mas os partidos ganhariam destaque, como vemos lá: Democratas e Republicanos. Ouvimos mais o nome dos partidos do que dos próprios candidatos. A principal mudança trazida por isso é o espaço cada vez menor que sobraria para candidatos que surgem do nada, carregados por uma legenda de aluguel. A qualidade das propostas melhorariam, juntamente com os critérios de escolha dos candidatos.
Com uma eleição assim seria bem mais difícil convencer um eleitor a votar, já que ele poderia escolher viajar, ir à praia ou simplesmente aproveitar o dia para ficar sem fazer nada...


Gabi.

3 comentários:

  1. Usamos EUA como referência de desenvolvimento em muitas coisas e esquecemos a mais básica. Democracia. O primeiro ato de um cidadão numa democracia deveria ser escolher se quer votar ou não.

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  2. mas como estuda werneck sodré, meu caro vírgula, nós não temos uma tradição democrática...

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  3. Se democracia é só a voz da maioria, mediada por um representante, deve ser muito chato.

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Agora me diz...