quinta-feira, 19 de novembro de 2009

meu, nosso.



Esse sentimento,

meu.

É um segredo,

nosso.


Gabi.

sábado, 31 de outubro de 2009

dos poemas que estavam perdidos...


não sei se me abro,
ou me me cubro de nuvens.
se chovo,

se faço sol.
se me fecho de repente

ou deixo escapar alguns raios de mim.

se ilumino,

ou se espero a previsão dizer.



INTERCOM - Curitiba 06/09/2009


Gabi

domingo, 23 de agosto de 2009

... dos poemas óbvios e medícores.



Quem com indiferença fere,

Com indiferença,

será ferido.


Gabi

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Sabemos ler e escrever?



Para quem você escreve? Como você escreve? Por que você escreve?

Juntar letras, frases, parágrafos... Será tudo isso uma questão de pura técnica? Quantas vezes escrevemos sem prestar atenção realmente? Quantas vezes lemos por “impulso dos mais vendidos”?


O caderno Mais da Folha de São Paulo publicou uma matéria especial sobre escritores e a ascensão de oficinas literárias no Brasil. O quer que se escreva traduz muito mais do que o conteúdo que deixamos explícito. Em cada palavra revelamos um pouco de nosso íntimo, de nossos gostos, daquilo que lemos, ouvimos, estudamos.

Pequenas dicas podem nos ajudar a potencializar o poder da escrita e da leitura, foi o que me chamou a atenção na matéria da Folha, onde os escritores Luiz Antonio de Assis Brasil e Marcelino Freire relembraram algumas regras básicas de leitura e escrita. Como o caderno Mais não está disponível no site do jornal, compartilho aqui com todos com não leram.


“Use em abundância o ponto final”

Luiz Antonio de Assis Brasil – Especial para a Folha


- Para ler

1. Ignorar os best-sellers, por maior que seja a tentação. Deixe passar cinco anos. Se o livro ainda respirar bem, pode investir.

2. Ler com desconfiança o que lê. Se o livro resistir a essa leitura, é porque é bom.

3. Ler com um lápis na mão. E usá-lo.

4. Conhecer pessoalmente o escritor só depois de ler o livro; caso contrário, a figura do escritor ficará colada ao texto, como um fantasma.

5. Ler edições que tenham bom gosto. Uma edição amadora piora dramaticamente o livro.


- Para escrever

1. Dedicar mais tempo à leitura do que à escrita.

2. Usar em abundância o ponto final, especialmente quando a frase resiste a qualquer conserto.

3. Usar material de primeira qualidade: bom computador, bom papel de impressão, bons cadernos (sugiro o Moleskine), boas canetas, bons lápis.

4. Não levar o laptop para a cozinha ou para a sala de visitas. Se não tiver um gabinete exclusivo, o quarto é uma boa escolha.

5. Escrever apenas sobre o que conhece perfeitamente, mesmo que seja um romance passado no futuro.


“Desconfie das dicas que lhe dão”

Marcelino Freire – Especial para a Folha


- Para ler

1. Quanto mais um livro fizer mal, melhor.

2. Confortável precisa ser a cama, não a literatura.

3. Evitar lista dos mais vendidos.

4. Livro não é para ser entendido, é para ser sentido.

5. Desconfiar das dicas que te dão.


- Para escrever

1. Cortar palavras.

2. Não usar gravata na hora de escrever.

3. Ouvir, mesmo que baixinho, a própria voz.

4. Desconfiar daquele texto que sua mãe gostou.

5. Ler e beber muito. E, no mais: viver.


Bom, vale a penar pensar sobre, e desconfiar de tudo isso.

Na próxima posto as "dicas" de Luís Augusto Fischer.


Até mais,

Gabi.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Woodstock - 40 anos




Música, cultura, contestação política, paz, amor e liberade...

O festival improvisado que reuniu 32 artistas e aproximadamente 400 mil pessoas embaixo de chuva e sobre muita lama, completa 40 anos. Durante os dias 15, 16 e 17 de agosto de 1969, um mês após a famosa (suposta?) aterrissagem da Apollo 11 na Lua, uma fazenda na cidadezinha de Bethel, em Nova York, foi invadida por jovens vindos de todos os cantos.
Ouvir ou ler sobre Woodstcok é saber que foi uma celebração da trilogia: sexo, drogas e rock'n roll, que houve problemas com comida, com limpeza, trânsito e até com água potável. É saber que a música estava fantástica: uma seqüência musical que concentrou uma qualidade pouco provável de acontecer novamente, praticamente impossível. E tudo isso é verdade.

Mas porquê?

O fato de tantas pessoas se reunirem em nome de ideais comuns, nos dá uma amostra da motivação humana na época, embora nem tudo que se fala seja totalmente claro. O que primeiro precisa ser lembrado é que 1969 foi ano auge da contracultura na América, e a contracultura hippie incluía o uso de drogas, protestos anti-guerra e anti-capitalismo, o conceito de amor livre, o movimento de libertação das mulheres, vida em comunidade e muito mais. Além disso, o fato de contar com artistas que defendiam essa bandeira teve o efeito de uma imã.

Os culpados...
Um dos principais idealizadores de Woodstock foi o produtor Michael Lang, mas nem ele, nem seus três amigos Artie Kornfeld, John Roberts e Joel Rosenman, que o ajudaram na organização, imaginavam a proporção que tudo tomaria. Contrataram a maioria das bandas pelo dobro dos valores que se pagava por músicos na época, e precisaram improvisar muita coisa. Conta a história que apenas um mês antes do evento acontecer, o lugar originalmente escolhido baixou leis que proibiram o festival, o opção foi optar pela propriedade que foi praticamente arrasada pela multidão, que fez a cerca que delimitava a fazenda sumir sob os pés. Milhares de carros foram abandonados nas estradas, o que resultou em muitas pessoas chegando a pé no local, tornando praticamente impossível o controle de pagamento de todas as entradas. Quem comprou ingresso pagou 18 dólares, aproximadamente 35 reais.


As lendas e o legado

Alguns dos nomes que estiveram: Joan Baez, Joe Cocker, Crosby, Janis Joplin, Jimi Hendrix, Santana, The Who, Sha Na Na, Grateful Dead, Creedence... e muitos outros! Agora quem foi convidado e não aceitou: The Doors, Led Zeppelin, Bob Dylan, Jethro Tull, The Birds.
Inevitavelmente, por conta de sua importância política e social, “sentimos” ainda hoje os legados de Woodstock: talvez o maior deles, para os jovens americanos, foi ter conseguido arrancar os Estados Unidos do Vietnã, mas entre outras coisas que repercutem até hoje, dá pra destacar o ativismo em defesa do meio ambiente e o favor por algumas causas justas, a forma como a juventude passou a ser olhada em oposição ao modelo rígido do pai de família, do que derivou a descontração no vestir e na forma de se comportar. As gerações que sucederam Woodstock “esqueceram” o fervor da herança da militância política idealista, perdendo o interesse de mudar o mundo, voltando a priorizar a ascensão profissional e social. O rock, depois de uma fase intensamente criativa e experimental, infelizmente, voltou aos caminhos seguros do marketing. Amor livre e drogas degeneraram em fuga da realidade, sexo casual e promiscuidade. Mas para muitos, que como eu que não estiveram lá... Em janeiro de 2009 chega às telas brasileiras o filme “Aconteceu em Woodstock”, do diretor Ang Lee, baseado em livro homônimo, de Elliot Tiber e Tom Monte. Segundo as palavras de Lee, Woodstock é inspirador, pois “teve um final feliz: não tinha banheiro nem comida [suficientes], havia um medo constante de ser eletrocutado, mas eles fizeram aquilo sem registro de violência”. É esperar pra ver. Essa semana li uma fala interessante de Jon Pareles, crítico do New York Times, que esteve no festival: “Woodstock deu a praticamente todos os envolvidos – público pagante, gente que invadiu o evento, músicos, médicos, polícia – um senso de uma troca de humanidade e cooperação. Durante aquele fim de semana, as pessoas trataram as outras com gentileza”.

Assim eu me despeço, ao som de Janis Joplin cantando Piece of my heart.


Beijo,
Gabi.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

eu e o tédio.


O tédio
me tenta, me chama

me leva pra cama;

O tédio,
me ama.

Gabi.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

... dos poemas medíocres.

Há um fim
Entre os desafinados,

Afinal.


Gabi

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Qual é o nome da sua banda?


Enigmáticos, exóticos, engraçados, violentos, surreais, criativos, românticos... Existe nome de banda pra todos os gostos. Um nome que pode se transformar numa verdadeira marca, grudar na cabeça das pessoas e fazer a fama da banda nem sempre é tão fácil de achar... E não venha me dizer que basta tocar bem e fazer a alegria da galera, se não tiver um bom nome, ninguém vai lembrar. Domingo eu vi uma banda na MTV que me inspirou a escrever esse post. O nome dos caras: Nervoso e os Calmantes. É preciso ter coragem, mas é um nome que gruda, até porque junto com o nome vem uma musica bacana.
Um exemplo engraçado, o Kid Abelha, por exemplo, que por sinal já é um nome estranho, era ainda pior: Kid Abelha e os Abóboras Selvagens. Pode?
Maaas eu, curiosa como sou fui procurar outras bandas com nomes engraçadinhos e sem o menor sentido que existem por aí. Então eu encontrei um site só de bandas gaúchas e resolvi pesquisar lá... São MUITAS! Uns exemplos: Amigo Lagarto, Asteriscos Rastejantes, Eu, Zé e os Caras (essa eu gostei!)... Uma coisa que eu percebi que é "moda" é usar o "Os" antes do nome: Os Replicantes, Os Flutuantes, Os Fluorescentes, Os impostores, Os maragatos (bem gaúcho esse!), Os rejeitados, Os The Putados (rsrs), Os membros... Isso só pra dizer alguns.
Em janeiro o site da revista Guitar World listou os dez nomes de bandas mais estúpidos de todos os tempos. De acordo com o site, os nomes listados são aqueles que fazem qualquer fã se indagar: "Que diabo eles estavam pensando?". E adivinha qual foi a banda eleita com o pior nome de todos os tempos? Sim, eles: THE BEATLES. O nome da banda, que é uma brincadeira com as palavras "beat" (batida, em inglês) e "beetles" (besouros), foi classificada pelo site da Guitar World como um "trocadilho barato".
Aí, depois disso resolveram fazer uma lista parecida no Brasil:

1 - Afrodite Se Quiser. A banda feminina fez sucesso nos anos 80, o significado não se sabe, mas o nome é ruim de qualquer forma...
2 - Skowa e a Máfia. Outra pérola dos anos 80, a banda tem uma explicação: Skowa era o vocalista do grupo e Máfia, bem, o resto da banda.
3 - Que fim levou o Robin? O grupo de techno-pop surgiu na década de 90 e só lançou um disco. A música que leva o nome da banda sugere que o parceiro do Batman teria se mudado para o Brasil e virado um go-go boy. Então tá!
4 - NXZero. Segundo a própria banda o nome é algo como "nexo de nada ou sem nexo". Faz sentido... rsrs

5 - Pato Fu. A banda mineira é um alusão a uma tira em que o gato Garfield lutava gato-fu.
6 - Canto dos Malditos na Terra do Nunca. O nome do grupo seria uma referência aos livros "Canto dos Malditos", de Austregésilo Carrano Bueno e "Terra do Nunca" (Neverland) do personagem Peter Pan, do autor inglês J. M. Barrie.

7 - P.O.Box. A banda fez sucesso com a música "Papo de Jacaré", e a letra é tão nonsense quanto o nome do grupo.

8 - Biquini Cavadão. Esse nome teria sido sugestão de Herbert Vianna.... rs

9 - Nove Mil Anjos. A banda do ex-Sandy e Júnior(rsrs). O número nove significa renovação e o anjo é um símbolo bonito. Ah....

10 - Paralamas do Sucesso. É uma das bandas de maior sucesso do rock nacional e o nome, bem, é apenas engraçado.

Tem umas bem mais sem sentido tipo "Móveis Coloniais de Acaju", "Bidê ou Balde" ou "Cansei de ser sexy"... E esse post é tão sem sentido quanto esses nomes. Mas eu dei muita risada pesquisando. É isso aí.
Pra terminar a banda que inspirou este post:




Gabi.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Mais um poema medíocre...


lembrança:

passado

pegando

pesado.


Gabi.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

me aventurando nos poemas...


Você no controle
completamente remoto,
me tirou do ar,
me fez te odiar.
Sem nenhum remorso
me descontrolei.


Gabi.

terça-feira, 31 de março de 2009

quinta-feira, 12 de março de 2009

"Não sei falar direito..."

Saudações a quem possivelmente acompanha (?) este blog!
Depois de longos três meses sem postar mais nada, eis que retorno!

O que me inspirou a escrever dessa vez foi um clipe da trupe O Teatro Mágico, a música se chama "Zaluzejo" e fala sobre o preconceito com as pessoas que falam "errado", aliás ela é toda escrita de forma "errada", uma sacada inteligentíssima do compositor Fernando Anitelli.
Mas esse foi apenas um pretexto pra que eu pudesse perguntar: O que é falar errado? O que é o certo?
Em um país onde um em cada dez brasileiros com mais de 15 anos de idade ainda não sabe ler nem escrever é quase inadmissível que seja estabelecida um norma culta da língua portuguesa e ainda exigido que ela seja seguida. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mais de 14 milhões de brasileiros são analfabetos, ou seja, incapazes de ler e escrever um bilhete simples na língua materna. Além do mais aqueles que frequentam os bancos escolares recebem um ensino que é cercado por um "mito" : acreditar que nossa língua é única, que nesse Brasilzão falamos todos de forma igual . Professores não consideram as variedades linguísticas e alunos que falam "errado" sofrem constrangimentos na sala de aula. Nessa lógica tudo que foge à norma culta está errado. Por exemplo, dizer pranta, ao invés de planta, é incorreto, mas uma análise da origem da palavra observa-se que palavras com r, como brando, cravo, prazer, apresentavam l no latim: blandu-, clavu-, placere-. Portanto o "erro" ocorre devido a alguns falantes privilegiarem uma tendência que se tinha antigamente: o rotacismo, comum em textos medievais.
O escritor, linguista e professor Marcos Bagno tem sido conhecido por sua luta contra a discriminação social por meio da linguagem. Para ele, "o preconceito linguístico precisa ser reconhecido, denunciado e combatido, porque é uma das formas mais sutis e perversas de exclusão social". Segundo Bagno a noção de erro linguístico nasceu num período conhecido como helenístico. Foi o período em que Alexandre conquistou um vasto território, e com a difusão da língua e cultura gregas, foi-se necessário normatizar essa língua para que se tornasse um instrumento de unificação política e cultural. Para isso, recorreu aos filólogos – amantes da palavra – sábios que trabalhavam na Biblioteca de Alexandria.
Marcos explica em um de seus textos que impossível negar que nossa sociedade é profundamente hierarquizada onde todos os valores culturais e simbólicos que nela circulam são dispostos em categorias hierárquicas que vão do "bom" ao "ruim", do "certo" ao "errado", do "feio" ao "bonito"... Mas entre esses valores culturais e simbólicos está a língua, e por mais que os linguistas rejeitem a norma-padrão tradicional, por não corresponder às realidades de uso da língua, é impossível desprezar o fato de que, como bem simbólico, existe uma demanda social por essa "língua certa". Segundo ele uma opção seria oferecer aos alunos a opção de "traduzir" seus enunciados para a forma "culta", para que eles se conscientizem da existência dessas regras.
"O que não podemos é negar a ele o conhecimento de todas as opções possíveis" ressalta o linguista.
Para tudo isso acontecer é necessário um esforço dos profissionais educadores para reconhecer os fenômenos linguísticos que ocorrem dentro da sala de aula, para que ocorra um aprendizado ampliado por todo o saber linguístico de cada aluno. É preciso empreender e apoiar a construção de relações sociais permeadas pela linguagem cada vez mais democráticas e não-discriminadoras.
Eu concordo com Bagno e estou com Anitelli que na música do Teatro Mágico diz: "Mas quando alguém te disser ta errado ou errada; Que não vai S na cebola e não vai S em feliz; Que o X pode ter som de Z e o CH pode ter som de X; Acredito que errado é aquele que fala correto e não vive o que diz".
E ainda tem a reforma linguista, mas isso é história pra outro dia...


Agora aproveite pra curtir a música!
Beijo,
Gabi.