domingo, 23 de agosto de 2009

... dos poemas óbvios e medícores.



Quem com indiferença fere,

Com indiferença,

será ferido.


Gabi

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Sabemos ler e escrever?



Para quem você escreve? Como você escreve? Por que você escreve?

Juntar letras, frases, parágrafos... Será tudo isso uma questão de pura técnica? Quantas vezes escrevemos sem prestar atenção realmente? Quantas vezes lemos por “impulso dos mais vendidos”?


O caderno Mais da Folha de São Paulo publicou uma matéria especial sobre escritores e a ascensão de oficinas literárias no Brasil. O quer que se escreva traduz muito mais do que o conteúdo que deixamos explícito. Em cada palavra revelamos um pouco de nosso íntimo, de nossos gostos, daquilo que lemos, ouvimos, estudamos.

Pequenas dicas podem nos ajudar a potencializar o poder da escrita e da leitura, foi o que me chamou a atenção na matéria da Folha, onde os escritores Luiz Antonio de Assis Brasil e Marcelino Freire relembraram algumas regras básicas de leitura e escrita. Como o caderno Mais não está disponível no site do jornal, compartilho aqui com todos com não leram.


“Use em abundância o ponto final”

Luiz Antonio de Assis Brasil – Especial para a Folha


- Para ler

1. Ignorar os best-sellers, por maior que seja a tentação. Deixe passar cinco anos. Se o livro ainda respirar bem, pode investir.

2. Ler com desconfiança o que lê. Se o livro resistir a essa leitura, é porque é bom.

3. Ler com um lápis na mão. E usá-lo.

4. Conhecer pessoalmente o escritor só depois de ler o livro; caso contrário, a figura do escritor ficará colada ao texto, como um fantasma.

5. Ler edições que tenham bom gosto. Uma edição amadora piora dramaticamente o livro.


- Para escrever

1. Dedicar mais tempo à leitura do que à escrita.

2. Usar em abundância o ponto final, especialmente quando a frase resiste a qualquer conserto.

3. Usar material de primeira qualidade: bom computador, bom papel de impressão, bons cadernos (sugiro o Moleskine), boas canetas, bons lápis.

4. Não levar o laptop para a cozinha ou para a sala de visitas. Se não tiver um gabinete exclusivo, o quarto é uma boa escolha.

5. Escrever apenas sobre o que conhece perfeitamente, mesmo que seja um romance passado no futuro.


“Desconfie das dicas que lhe dão”

Marcelino Freire – Especial para a Folha


- Para ler

1. Quanto mais um livro fizer mal, melhor.

2. Confortável precisa ser a cama, não a literatura.

3. Evitar lista dos mais vendidos.

4. Livro não é para ser entendido, é para ser sentido.

5. Desconfiar das dicas que te dão.


- Para escrever

1. Cortar palavras.

2. Não usar gravata na hora de escrever.

3. Ouvir, mesmo que baixinho, a própria voz.

4. Desconfiar daquele texto que sua mãe gostou.

5. Ler e beber muito. E, no mais: viver.


Bom, vale a penar pensar sobre, e desconfiar de tudo isso.

Na próxima posto as "dicas" de Luís Augusto Fischer.


Até mais,

Gabi.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Woodstock - 40 anos




Música, cultura, contestação política, paz, amor e liberade...

O festival improvisado que reuniu 32 artistas e aproximadamente 400 mil pessoas embaixo de chuva e sobre muita lama, completa 40 anos. Durante os dias 15, 16 e 17 de agosto de 1969, um mês após a famosa (suposta?) aterrissagem da Apollo 11 na Lua, uma fazenda na cidadezinha de Bethel, em Nova York, foi invadida por jovens vindos de todos os cantos.
Ouvir ou ler sobre Woodstcok é saber que foi uma celebração da trilogia: sexo, drogas e rock'n roll, que houve problemas com comida, com limpeza, trânsito e até com água potável. É saber que a música estava fantástica: uma seqüência musical que concentrou uma qualidade pouco provável de acontecer novamente, praticamente impossível. E tudo isso é verdade.

Mas porquê?

O fato de tantas pessoas se reunirem em nome de ideais comuns, nos dá uma amostra da motivação humana na época, embora nem tudo que se fala seja totalmente claro. O que primeiro precisa ser lembrado é que 1969 foi ano auge da contracultura na América, e a contracultura hippie incluía o uso de drogas, protestos anti-guerra e anti-capitalismo, o conceito de amor livre, o movimento de libertação das mulheres, vida em comunidade e muito mais. Além disso, o fato de contar com artistas que defendiam essa bandeira teve o efeito de uma imã.

Os culpados...
Um dos principais idealizadores de Woodstock foi o produtor Michael Lang, mas nem ele, nem seus três amigos Artie Kornfeld, John Roberts e Joel Rosenman, que o ajudaram na organização, imaginavam a proporção que tudo tomaria. Contrataram a maioria das bandas pelo dobro dos valores que se pagava por músicos na época, e precisaram improvisar muita coisa. Conta a história que apenas um mês antes do evento acontecer, o lugar originalmente escolhido baixou leis que proibiram o festival, o opção foi optar pela propriedade que foi praticamente arrasada pela multidão, que fez a cerca que delimitava a fazenda sumir sob os pés. Milhares de carros foram abandonados nas estradas, o que resultou em muitas pessoas chegando a pé no local, tornando praticamente impossível o controle de pagamento de todas as entradas. Quem comprou ingresso pagou 18 dólares, aproximadamente 35 reais.


As lendas e o legado

Alguns dos nomes que estiveram: Joan Baez, Joe Cocker, Crosby, Janis Joplin, Jimi Hendrix, Santana, The Who, Sha Na Na, Grateful Dead, Creedence... e muitos outros! Agora quem foi convidado e não aceitou: The Doors, Led Zeppelin, Bob Dylan, Jethro Tull, The Birds.
Inevitavelmente, por conta de sua importância política e social, “sentimos” ainda hoje os legados de Woodstock: talvez o maior deles, para os jovens americanos, foi ter conseguido arrancar os Estados Unidos do Vietnã, mas entre outras coisas que repercutem até hoje, dá pra destacar o ativismo em defesa do meio ambiente e o favor por algumas causas justas, a forma como a juventude passou a ser olhada em oposição ao modelo rígido do pai de família, do que derivou a descontração no vestir e na forma de se comportar. As gerações que sucederam Woodstock “esqueceram” o fervor da herança da militância política idealista, perdendo o interesse de mudar o mundo, voltando a priorizar a ascensão profissional e social. O rock, depois de uma fase intensamente criativa e experimental, infelizmente, voltou aos caminhos seguros do marketing. Amor livre e drogas degeneraram em fuga da realidade, sexo casual e promiscuidade. Mas para muitos, que como eu que não estiveram lá... Em janeiro de 2009 chega às telas brasileiras o filme “Aconteceu em Woodstock”, do diretor Ang Lee, baseado em livro homônimo, de Elliot Tiber e Tom Monte. Segundo as palavras de Lee, Woodstock é inspirador, pois “teve um final feliz: não tinha banheiro nem comida [suficientes], havia um medo constante de ser eletrocutado, mas eles fizeram aquilo sem registro de violência”. É esperar pra ver. Essa semana li uma fala interessante de Jon Pareles, crítico do New York Times, que esteve no festival: “Woodstock deu a praticamente todos os envolvidos – público pagante, gente que invadiu o evento, músicos, médicos, polícia – um senso de uma troca de humanidade e cooperação. Durante aquele fim de semana, as pessoas trataram as outras com gentileza”.

Assim eu me despeço, ao som de Janis Joplin cantando Piece of my heart.


Beijo,
Gabi.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

eu e o tédio.


O tédio
me tenta, me chama

me leva pra cama;

O tédio,
me ama.

Gabi.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

... dos poemas medíocres.

Há um fim
Entre os desafinados,

Afinal.


Gabi