domingo, 26 de setembro de 2010

Para tirar a poeira do blog

Desempoeirando o blog com palavras empoeiradas...
O aglomerado abaixo foi escrito em 18 de maio de 2008 
e encontrado dentro de um caderno, no fundo de uma gaveta.


(sem título)

Coisas que flutuam
O café e o livro flutuam,
bem perto.

É fácil, eu pego e uso.

Palavras flutuam,
uma a uma,
eu pego.

Se flutuam juntas são frases.
Sentidos, sentimentos.

A idéia flutua.
Solta, viaja, vai longe,
eu perco.

Gabi.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

O que esperar do Jornalismo?


O instigante blog Monitorando, do jornalista Rogério Christofoletti, trouxe hoje uma pergunta no mínimo incômoda, no artigo “ensino de jornalismo: o que esperar?”, Rogério cutuca em uma ferida da educação nas universidades brasileiras.
E em tempos de ‘não-obrigatoriedade’, isso me parece mais do que necessário!
Afinal, impossível não nos depararmos com manchetes do tipo: “Fim do diploma influencia queda na procura por Jornalismo da USP”, “Universidades registram queda na procura por jornalismo”... E por vai, é só dar uma pesquisada e constatar: sim, a procura pelo curso de Jornalismo caiu.
Mas o que discutimos, publicamos, ousamos falar sobre o que é ensinado a aqueles que estão nos bancos das universidades? O que é dito a estes jovens aventureiros, apaixonados pela profissão, aprendizes da arte de informar?
Estes candidatos que “supostamente” desistiram das vagas para curso apenas pelo diploma, seriam dignos de exercer a profissão? Ou será que os interessados realmente seriam capazes de desistir apenas por causa de um pedaço? O que nossas instituições de ensino podem oferecer? O que o diploma tem a ver com tudo isso?
Sabemos que existe muito potencial pouco explorado nas salas de aula, sabemos que existem ótimos professores, mas pouco motivados... Não desejamos nos transformar em robôs fabricantes de notícias. O ensino de jornalismo anseia por uma caminhada de crescimento mútuo, de humanização do profissional, de sensibilização e de coisas novas.
Hoje, no último ano da faculdade, e olhando para trás, constato que muito aprendi, mas que infelizmente, muito deixei de questionar, de cobrar...
Não temos nova turma de jornalismo na instituição em que estudo, mas isso nem de longe me faz desacreditar na profissão. Se eu tivesse que prestar o vestibular esse ano, não pensaria duas vezes por escolher o jornalismo. Mas será que todos os estudantes fazem essa pergunta? Você desistiria da profissão se prestasse vestibular hoje?
Convivemos com as incertezas em relação ao futuro do nosso ofício. E discutir esse futuro deveria ser motivo de preocupação e estímulo às novas formas de se fazer jornalismo. A formação aliada à competência e ao conhecimento, jamais deixará de ter seu lugar na sociedade e nas empresas, é imprescindível confiarmos na importância de nossa profissão, e não nos deixarmos iludir, crendo sempre que quem faz valer seu diploma é o próprio diplomado.
A profissão que escolhemos é essencial à democracia, e deve continuar a ser.
O jornalismo é mais do que uma escolha digna e corajosa: é encantadora e apaixonante.

Hasta la vista!
Gabi.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

meu, nosso.



Esse sentimento,

meu.

É um segredo,

nosso.


Gabi.

sábado, 31 de outubro de 2009

dos poemas que estavam perdidos...


não sei se me abro,
ou me me cubro de nuvens.
se chovo,

se faço sol.
se me fecho de repente

ou deixo escapar alguns raios de mim.

se ilumino,

ou se espero a previsão dizer.



INTERCOM - Curitiba 06/09/2009


Gabi

domingo, 23 de agosto de 2009

... dos poemas óbvios e medícores.



Quem com indiferença fere,

Com indiferença,

será ferido.


Gabi

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Sabemos ler e escrever?



Para quem você escreve? Como você escreve? Por que você escreve?

Juntar letras, frases, parágrafos... Será tudo isso uma questão de pura técnica? Quantas vezes escrevemos sem prestar atenção realmente? Quantas vezes lemos por “impulso dos mais vendidos”?


O caderno Mais da Folha de São Paulo publicou uma matéria especial sobre escritores e a ascensão de oficinas literárias no Brasil. O quer que se escreva traduz muito mais do que o conteúdo que deixamos explícito. Em cada palavra revelamos um pouco de nosso íntimo, de nossos gostos, daquilo que lemos, ouvimos, estudamos.

Pequenas dicas podem nos ajudar a potencializar o poder da escrita e da leitura, foi o que me chamou a atenção na matéria da Folha, onde os escritores Luiz Antonio de Assis Brasil e Marcelino Freire relembraram algumas regras básicas de leitura e escrita. Como o caderno Mais não está disponível no site do jornal, compartilho aqui com todos com não leram.


“Use em abundância o ponto final”

Luiz Antonio de Assis Brasil – Especial para a Folha


- Para ler

1. Ignorar os best-sellers, por maior que seja a tentação. Deixe passar cinco anos. Se o livro ainda respirar bem, pode investir.

2. Ler com desconfiança o que lê. Se o livro resistir a essa leitura, é porque é bom.

3. Ler com um lápis na mão. E usá-lo.

4. Conhecer pessoalmente o escritor só depois de ler o livro; caso contrário, a figura do escritor ficará colada ao texto, como um fantasma.

5. Ler edições que tenham bom gosto. Uma edição amadora piora dramaticamente o livro.


- Para escrever

1. Dedicar mais tempo à leitura do que à escrita.

2. Usar em abundância o ponto final, especialmente quando a frase resiste a qualquer conserto.

3. Usar material de primeira qualidade: bom computador, bom papel de impressão, bons cadernos (sugiro o Moleskine), boas canetas, bons lápis.

4. Não levar o laptop para a cozinha ou para a sala de visitas. Se não tiver um gabinete exclusivo, o quarto é uma boa escolha.

5. Escrever apenas sobre o que conhece perfeitamente, mesmo que seja um romance passado no futuro.


“Desconfie das dicas que lhe dão”

Marcelino Freire – Especial para a Folha


- Para ler

1. Quanto mais um livro fizer mal, melhor.

2. Confortável precisa ser a cama, não a literatura.

3. Evitar lista dos mais vendidos.

4. Livro não é para ser entendido, é para ser sentido.

5. Desconfiar das dicas que te dão.


- Para escrever

1. Cortar palavras.

2. Não usar gravata na hora de escrever.

3. Ouvir, mesmo que baixinho, a própria voz.

4. Desconfiar daquele texto que sua mãe gostou.

5. Ler e beber muito. E, no mais: viver.


Bom, vale a penar pensar sobre, e desconfiar de tudo isso.

Na próxima posto as "dicas" de Luís Augusto Fischer.


Até mais,

Gabi.