quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

O que esperar do Jornalismo?


O instigante blog Monitorando, do jornalista Rogério Christofoletti, trouxe hoje uma pergunta no mínimo incômoda, no artigo “ensino de jornalismo: o que esperar?”, Rogério cutuca em uma ferida da educação nas universidades brasileiras.
E em tempos de ‘não-obrigatoriedade’, isso me parece mais do que necessário!
Afinal, impossível não nos depararmos com manchetes do tipo: “Fim do diploma influencia queda na procura por Jornalismo da USP”, “Universidades registram queda na procura por jornalismo”... E por vai, é só dar uma pesquisada e constatar: sim, a procura pelo curso de Jornalismo caiu.
Mas o que discutimos, publicamos, ousamos falar sobre o que é ensinado a aqueles que estão nos bancos das universidades? O que é dito a estes jovens aventureiros, apaixonados pela profissão, aprendizes da arte de informar?
Estes candidatos que “supostamente” desistiram das vagas para curso apenas pelo diploma, seriam dignos de exercer a profissão? Ou será que os interessados realmente seriam capazes de desistir apenas por causa de um pedaço? O que nossas instituições de ensino podem oferecer? O que o diploma tem a ver com tudo isso?
Sabemos que existe muito potencial pouco explorado nas salas de aula, sabemos que existem ótimos professores, mas pouco motivados... Não desejamos nos transformar em robôs fabricantes de notícias. O ensino de jornalismo anseia por uma caminhada de crescimento mútuo, de humanização do profissional, de sensibilização e de coisas novas.
Hoje, no último ano da faculdade, e olhando para trás, constato que muito aprendi, mas que infelizmente, muito deixei de questionar, de cobrar...
Não temos nova turma de jornalismo na instituição em que estudo, mas isso nem de longe me faz desacreditar na profissão. Se eu tivesse que prestar o vestibular esse ano, não pensaria duas vezes por escolher o jornalismo. Mas será que todos os estudantes fazem essa pergunta? Você desistiria da profissão se prestasse vestibular hoje?
Convivemos com as incertezas em relação ao futuro do nosso ofício. E discutir esse futuro deveria ser motivo de preocupação e estímulo às novas formas de se fazer jornalismo. A formação aliada à competência e ao conhecimento, jamais deixará de ter seu lugar na sociedade e nas empresas, é imprescindível confiarmos na importância de nossa profissão, e não nos deixarmos iludir, crendo sempre que quem faz valer seu diploma é o próprio diplomado.
A profissão que escolhemos é essencial à democracia, e deve continuar a ser.
O jornalismo é mais do que uma escolha digna e corajosa: é encantadora e apaixonante.

Hasta la vista!
Gabi.

Um comentário:

Agora me diz...