quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Sabemos ler e escrever?



Para quem você escreve? Como você escreve? Por que você escreve?

Juntar letras, frases, parágrafos... Será tudo isso uma questão de pura técnica? Quantas vezes escrevemos sem prestar atenção realmente? Quantas vezes lemos por “impulso dos mais vendidos”?


O caderno Mais da Folha de São Paulo publicou uma matéria especial sobre escritores e a ascensão de oficinas literárias no Brasil. O quer que se escreva traduz muito mais do que o conteúdo que deixamos explícito. Em cada palavra revelamos um pouco de nosso íntimo, de nossos gostos, daquilo que lemos, ouvimos, estudamos.

Pequenas dicas podem nos ajudar a potencializar o poder da escrita e da leitura, foi o que me chamou a atenção na matéria da Folha, onde os escritores Luiz Antonio de Assis Brasil e Marcelino Freire relembraram algumas regras básicas de leitura e escrita. Como o caderno Mais não está disponível no site do jornal, compartilho aqui com todos com não leram.


“Use em abundância o ponto final”

Luiz Antonio de Assis Brasil – Especial para a Folha


- Para ler

1. Ignorar os best-sellers, por maior que seja a tentação. Deixe passar cinco anos. Se o livro ainda respirar bem, pode investir.

2. Ler com desconfiança o que lê. Se o livro resistir a essa leitura, é porque é bom.

3. Ler com um lápis na mão. E usá-lo.

4. Conhecer pessoalmente o escritor só depois de ler o livro; caso contrário, a figura do escritor ficará colada ao texto, como um fantasma.

5. Ler edições que tenham bom gosto. Uma edição amadora piora dramaticamente o livro.


- Para escrever

1. Dedicar mais tempo à leitura do que à escrita.

2. Usar em abundância o ponto final, especialmente quando a frase resiste a qualquer conserto.

3. Usar material de primeira qualidade: bom computador, bom papel de impressão, bons cadernos (sugiro o Moleskine), boas canetas, bons lápis.

4. Não levar o laptop para a cozinha ou para a sala de visitas. Se não tiver um gabinete exclusivo, o quarto é uma boa escolha.

5. Escrever apenas sobre o que conhece perfeitamente, mesmo que seja um romance passado no futuro.


“Desconfie das dicas que lhe dão”

Marcelino Freire – Especial para a Folha


- Para ler

1. Quanto mais um livro fizer mal, melhor.

2. Confortável precisa ser a cama, não a literatura.

3. Evitar lista dos mais vendidos.

4. Livro não é para ser entendido, é para ser sentido.

5. Desconfiar das dicas que te dão.


- Para escrever

1. Cortar palavras.

2. Não usar gravata na hora de escrever.

3. Ouvir, mesmo que baixinho, a própria voz.

4. Desconfiar daquele texto que sua mãe gostou.

5. Ler e beber muito. E, no mais: viver.


Bom, vale a penar pensar sobre, e desconfiar de tudo isso.

Na próxima posto as "dicas" de Luís Augusto Fischer.


Até mais,

Gabi.

Um comentário:

Agora me diz...